O duelo entre Atlético-MG e Botafogo, válido pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro 2024, terminou empatado sem gols, mas com polêmicas de sobra. A partida disputada na Arena Independência, em Belo Horizonte, foi marcada por confusões dentro e fora de campo, protagonizadas por jogadores como Hulk e Luiz Henrique. O empate teve impacto direto na tabela, complicando ainda mais a situação dos times na reta final do campeonato.
Primeiro tempo: domínio do Botafogo e expulsão de Rubens
Desde o apito inicial, o Botafogo demonstrou superioridade em campo. Com uma postura agressiva, o líder do campeonato empurrou o Atlético-MG para o campo defensivo, criando várias chances de gol. Apesar do volume ofensivo, faltou eficiência na hora de finalizar. Foram nove finalizações botafoguenses contra apenas uma do Galo na etapa inicial.
O clima da partida esquentou logo no primeiro tempo, especialmente após Rubens, do Atlético-MG, ser expulso ao receber o segundo cartão amarelo. Mesmo com um jogador a menos, o time mineiro, comandado por Gabriel Milito, conseguiu segurar o ímpeto do Botafogo, que não conseguiu furar a bem armada defesa adversária.
Segundo tempo: pressão botafoguense e resistência atleticana
No segundo tempo, o panorama seguiu semelhante. O Botafogo manteve o controle da partida, mas continuou encontrando dificuldades para quebrar a linha defensiva atleticana. Gabriel Milito recuou ainda mais o time, apostando em uma formação com três zagueiros após a entrada de Igor Rabello.
Por sua vez, o técnico Artur Jorge, do Botafogo, colocou o time todo no ataque, promovendo alterações que deixaram a equipe com quatro atacantes em campo. Apesar do esforço e de impressionantes 24 finalizações ao longo do jogo, o Botafogo esbarrou na solidez defensiva do Galo e na boa atuação do goleiro Éverson.
O empate, heroico para o Atlético-MG e frustrante para o Botafogo, manteve o líder com dois pontos de vantagem sobre o Palmeiras, enquanto os mineiros seguem na 11ª posição.
Clima quente no apito final: confusão generalizada
Se dentro de campo o jogo terminou sem gols, fora dele o clima foi de tudo, menos pacífico. Após o apito final, discussões entre Hulk, Luiz Henrique, Marlon Freitas e outros jogadores transformaram o gramado em palco de cenas lamentáveis.
Hulk, que iniciou a partida no banco, foi um dos protagonistas da confusão. Segundo o camisa 7 do Atlético-MG, Luiz Henrique teria provocado o time mineiro no intervalo, chamando-o de “fraco” e usando termos pejorativos.
“O Matheus Mendes jurou pela família no intervalo de jogo, o Luiz Henrique virou e falou: ‘O time de vocês é muito fraco, uma m#…’. Ele tem tudo para ser um craque, mas não é ainda. Está fazendo um grande ano. Que sirva como aprendizado, que ele precisa ralar muito”, disse Hulk em entrevista após a partida.
As provocações não pararam por aí. Hulk, claramente irritado, completou:
“Ele tem cinco jogos na Seleção, acha que é craque, não ganhou p… nenhuma. Eu tenho sete anos de Seleção. Ele tem que correr para caramba.”
Além das trocas de farpas, Luiz Henrique protagonizou um episódio que culminou em sua expulsão. Após o jogo, imagens do VAR mostraram o atacante arremessando uma garrafa em direção aos seguranças da equipe mandante, atingindo uma segurança. A atitude foi classificada como “conduta violenta” na súmula pelo árbitro Luiz Flávio de Oliveira, o que resultou no cartão vermelho.
Impactos na tabela e próximos desafios
O empate teve desdobramentos importantes para ambos os times. O Botafogo viu sua liderança no campeonato ser ameaçada pelo Palmeiras, que agora está a apenas dois pontos de distância. A equipe carioca enfrenta o Vitória no próximo sábado (23), no Estádio Nilton Santos, em um duelo crucial para manter-se no topo.
Já o Atlético-MG segue sua luta para terminar a temporada de forma digna, após uma sequência de oito jogos sem vencer. O time enfrenta o São Paulo, no Morumbi, também no sábado, buscando encerrar a seca de vitórias.
Clássico antecipado: Atlético-MG e Botafogo na final da Libertadores
O duelo entre Atlético-MG e Botafogo ganhou um ingrediente especial: as duas equipes se enfrentarão novamente em nove dias, pela final da Copa Libertadores, no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. O clima tenso e as provocações desta partida no Brasileirão certamente darão um tempero extra ao confronto mais aguardado do ano no futebol sul-americano.
Hulk, ao ser questionado sobre a decisão, mandou um recado direto a Marlon Freitas:
“Dia 30 a gente joga.”
A final promete ser um espetáculo dentro de campo, mas também exige dos jogadores e comissões técnicas um esforço para evitar que o clima de animosidade extrapole os limites do futebol.
O empate entre Atlético-MG e Botafogo foi muito além do placar sem gols. O jogo refletiu a tensão natural de um confronto decisivo na reta final do Brasileirão e trouxe à tona o lado mais humano, e por vezes polêmico, dos protagonistas. Enquanto o Botafogo busca consolidar seu favoritismo no campeonato, o Atlético-MG mostrou resiliência e deu mostras de que pode surpreender na final da Libertadores.
Resta saber se as lições deste embate serão aprendidas ou se novos episódios de tensão ofuscarão o brilho do espetáculo na grande decisão. Para os torcedores, a expectativa já está nas alturas.