O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi denunciado pela Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por suposto envolvimento em um esquema de manipulação de resultados. A denúncia foi feita nesta sexta-feira (2) e ainda será julgada. Até lá, o jogador segue liberado para atuar normalmente e deve viajar com o elenco para o jogo contra o Ceará, neste domingo (4), no Castelão.
A investigação da Polícia Federal aponta que Bruno Henrique teria forçado a aplicação de um cartão amarelo de maneira intencional durante a partida entre Flamengo e Santos, em novembro de 2023, no estádio Mané Garrincha, pelo Brasileirão. O objetivo seria beneficiar apostadores, entre eles o irmão do jogador, Wander Pinto Junior, e a cunhada, Ludymilla Araújo Lima.
Mensagens obtidas entre Bruno Henrique e seu irmão mostrariam a combinação prévia da jogada para garantir lucro em plataformas de apostas esportivas.
A denúncia cita diversos artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O artigo 243 fala em “atuar de forma prejudicial à própria equipe”, agravado por vantagem financeira. Já o artigo 243-A trata de atitudes contrárias à ética esportiva para influenciar o resultado de uma partida. Além disso, foram incluídos os artigos 184 (por múltiplas infrações) e 191 (por descumprir regulamentos). Também há menção ao artigo 65 do Regulamento Geral de Competições da CBF, que proíbe qualquer envolvimento de atletas com apostas esportivas em jogos nos quais participam direta ou indiretamente.
As punições somadas podem resultar em suspensão de até 720 dias, ou de 12 a 24 partidas, além de multas que variam de R$ 100 a R$ 100 mil.
Além de Bruno Henrique, também foram denunciados o irmão dele, Wander Junior, e outros envolvidos: Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Andryl Reis e Douglas Barcelos, todos acusados de lucrar com a aposta feita sobre o cartão do jogador.
Na esfera criminal, Bruno Henrique também virou réu. A Justiça do Distrito Federal aceitou parcialmente a denúncia do Ministério Público, e o caso agora segue na 7ª Vara Criminal de Brasília.